domingo, 7 de abril de 2024

MASSACRE SIONISTA EM GAZA


Há duas semanas li o texto de Itamar Vieira Jr na Folha SP sobre o massacre promovido pelo exército sionista de Netanyahu em Gaza. Ele o concluiu com inequívoco acerto: "Qualquer manifestação sobre um evento complexo como a questão israelense-palestina aponta para o risco de cometermos injustiças. Mas silenciar pode soar como conivência (...)".



Fez com que eu me recordasse de Jean-Paul Sartre e a admoestadora apresentação do primeiro número da revista Les Temps Modernes, inaugurada logo ao final da segunda guerra: (...) "O escritor está numa situação de sua época; cada palavra tem repercussão. Cada silêncio também (...)."


Embora eu não seja escritor ou possua qualquer importância pública, lembrei-me que não deixei qualquer manifestação minimamente perene sobre o tema. Salvo stories, participação em manifestações de rua, assinado notas e atuado em Coletivos que registraram opinião sobre o tema, em termos de registro, nada existe.


Depois da foto de palestinos sendo alvejados na fila para receber alimentos, o adjetivo inaceitável perdeu significado. Não eram terroristas do Hamas ou militares que ali estavam, pode ser que algum estivesse, majoritariamente eram meros civis, incluindo crianças, mulheres e idosos.


Como bem registrou Zeina Latif, n'O Globo em 21 jan, pags 20-1 (...) o general Ghassan Alian, fez um pronunciamento em árabe dirigido à população de Gaza: “Animais têm de ser tratados como tais. Não haverá eletricidade nem água, haverá apenas destruição.” O ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmou que “não haverá eletricidade, comida, combustível — tudo está sendo bloqueado. Estamos lutando contra os animais humanos e vamos agir em conformidade.


A humanidade que reside em nós não pode permitir a adoção de classificar palestinos como eles, outros ou terroristas, quando também são Nós, são constitutivos de nossa generidade. É um pouco de cada um de nós que deixa de ser gente quando as imagens não nos afetam, passamos a ser menos humanos pela indiferença.


Chaplin n’O Grande Ditador termina com seu brilhantismo peculiar num discurso em defesa dos judeus como pertencentes e representantes de toda a humanidade, se fosse hoje seria contra Netanyahu e seus sionistas (não inclui o povo judeu) em defesa das pessoas massacradas em Gaza.


Isto não é aceitável faz bastante tempo!


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